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Apresentação


O Hi-BicLab tem uma equipa interdisciplinar, com investigação prévia e a decorrer sobre a história, o presente das mobilidades urbanas de Lisboa e as desigualdades sócio-territoriais, e promove fertilizações cruzadas entre disciplinas académicas, tais como história da tecnologia e da mobilidade, geografia, economia dos transportes, envolvimento societal, arquitectura e planeamento urbano. Além disso, estabelece parcerias com decisores políticos, activistas e cidadãos. Conta com dois historiadores de referência como consultores, com investigação prévia no assunto e que apelaram a mais investigações sobre a mobilização de um "passado utilizável" para fomentar futuras mobilidades urbanas sustentáveis (Di10; Oz16), e com os quais temos trabalhado.

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Aeroporto da Portela (anos 1950s) (foto: António Passaporte), PT/AMLSB/PAS/002609, Arquivo Municipal de Lisboa

Apesar de Portugal ser o maior produtor de bicicletas na União Europeia (dados do Eurostat para 2019), a distribuição modal da mobilidade ciclável em Lisboa é ainda bastante baixa (abaixo de 1% em 2017) quando comparada com a média europeia (8%) (Fé20). Ao aplicar medidas de transição para encorajar a bicicleta - tais como a implementação de infra-estruturas cicláveis e sistemas de partilha de bicicletas (Fé20) - a Câmara Municipal de Lisboa comprometeu-se com as agendas pró-mobilidade ciclável durante a última década. De facto, acolheu a Conferência da Federação Europeia de Ciclismo, a Velo-City, em Setembro de 2021. Estudos da área dos transportes mostraram que a orografia da cidade não explica a sua baixa distribuição modal de uso da bicicleta: 54% das ruas são quase planas, e 75% são “suficientemente boas para andar de bicicleta” (abaixo dos 5% de declive) (Fé19; Fé20). Para além da percepção de Lisboa das “sete colinas”, começam a ser identificados outros factores que se consideram poder dificultar o aumento da mobilidade ciclável, tais como tipos de pavimento, a sensação de insegurança a pedalar, e o comportamento dos condutores de automóveis (Fé19). A identificação destas barreiras visa apoiar a concepção de políticas para aumentar os níveis de ciclomobilidade em cidades como Lisboa, de “baixa maturidade ciclável” (ou seja, com baixa quota modal no uso das bicicletas e poucas infra-estruturas dedicadas à mobilidade ciclável) (Fé19).

Estas cidades com alegada “baixa maturidade” são geralmente consideradas como não tendo qualquer experiência histórica em mobilidade ciclável (Fé19). Mas será isto realmente assim? A história evidencia que as mobilidades cicláveis fizeram parte do passado em cidades como Lisboa. Além disso, mostra também que os factores que limitaram a sua utilização são processos enraizados historicamente.

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[Avenida de Paris] (c. 1952), PT/AMLSB/SPT/000048, Arquivo Municipal de Lisboa

O Hi-BicLab investiga tanto a experiência histórica de Lisboa com mobilidades cicláveis, como os factores que impediram ou promoveram a sua utilização, argumentando que a história é importante na contribuição para mobilidades urbanas mais sustentáveis e justas (Ba07). Metodologicamente, o Hi-BicLab:

 

- torna o conhecimento histórico já existente acessível e legível para o público não académico;

 

- identifica questões abrangentes através de trabalho interdisciplinar (ligando a história às questões actuais relevantes em geografia e economia dos transportes);

 

- identifica o que os parceiros sabem e querem saber sobre o passado;

 

- cria bases de dados com fontes históricas, e escolher documentos-chave, visuais e textuais ;

 

- promove a criação de um laboratório de história, seguindo experiências anteriores de laboratórios de história e práticas de envolvimento societal. ​

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Local do Jardim do Campo Grande reservado a aluguer de bicicletas (foto: João Hermes Cordeiro Goulart) (1969), PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JHG/003348, Arquivo Municipal de Lisboa
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